Preço do café pode cair no segundo semestre de 2025, mas alívio será limitado

Foto: Volodymyr Proskurovskyi

Após meses de alta histórica, consumidores e produtores se perguntam: o preço do café vai finalmente cair? De acordo com analistas de mercado e instituições especializadas como Safras & Mercado e a Organização Internacional do Café (OIC), a resposta é: sim, mas com ressalvas.

Queda pontual pode ocorrer ainda em 2025

Especialistas apontam que o segundo semestre pode apresentar correções pontuais nos preços do café arábica, especialmente no mercado de atacado. A projeção é que a saca, atualmente acima de R$ 2.200 em algumas praças, tenha até 40% de chance de recuar para níveis abaixo de R$ 1.500 até dezembro. Isso dependerá de fatores como clima favorável, colheita eficiente e normalização logística.

Produção ainda abaixo da média

Apesar da colheita da safra 2025/26 estar em andamento, as estimativas indicam uma queda de até 6% na produção total brasileira, especialmente no café arábica. A seca de 2024 afetou o desenvolvimento das lavouras, o que limita a oferta neste ano. Por outro lado, o conilon apresenta sinais de recuperação e pode amenizar a pressão sobre os preços, mas não o suficiente para uma grande reversão no curto prazo.

Varejo deve seguir pressionado

Mesmo que o preço no campo recue, os valores ao consumidor final devem continuar altos. A explicação está na cadeia de custos elevada, que inclui transporte, embalagem, torra e impostos. O café moído, por exemplo, acumulou alta de 98% nos últimos 18 meses, segundo o IBGE.

Alívio real só em 2026

A expectativa é que os preços do café só voltem a patamares mais estáveis em 2026, dependendo da regularidade climática e da recuperação das safras nos principais países produtores. Segundo Vanusia Nogueira, diretora da OIC, a tendência é que o mercado passe por um período de transição até a normalização da oferta global.

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